UZ - espera-se que a culpa não morra solteira
ANIMAL pede inquérito sobre maus tratos na União Zoófila
07.12.2007, Sara Capelo
O pedido da associação ANIMAL surgiu após acusações feitas contra a União Zoófila, que nega as acusações de maus tratos e fala em anúncios venenosos
A associação ANIMAL solicitou ontem, em carta dirigida à Procuradoria-Geral da República, à Polícia Judicária, ao Ministério da Agricultura, à Direcção-Geral de Veterinária e à Câmara Municipal de Lisboa, que estas autoridades investiguem os alegados maus tratos no canil da União Zoófila (UZ), em Lisboa.
07.12.2007, Sara Capelo
O pedido da associação ANIMAL surgiu após acusações feitas contra a União Zoófila, que nega as acusações de maus tratos e fala em anúncios venenosos
A associação ANIMAL solicitou ontem, em carta dirigida à Procuradoria-Geral da República, à Polícia Judicária, ao Ministério da Agricultura, à Direcção-Geral de Veterinária e à Câmara Municipal de Lisboa, que estas autoridades investiguem os alegados maus tratos no canil da União Zoófila (UZ), em Lisboa.
"Não temos conhecimento directo destas questões, mas têm que ser investigadas pelas entidades, porque são muito graves", disse Miguel Moutinho, presidente da ANIMAL.
A preocupação, ontem manifestada por esta associação de defesa dos animais, partiu das acusações feitas, nos últimos dias, por antigos voluntários e sócios da UZ. A gota de água parece ter sido o comunicado de Fernanda Moleiro, que ontem relatava detalhadamente casos de maus tratos cometidos por colaboradores da instituição, referindo "o pleno conhecimento" da direcção.
"Durante o corrente ano, cerca de meia centena dos meus cães apareceram mortos, por violência", disse Fernanda Moleiro, que acolhe desde há 13 anos animais de rua nas instalações da UZ. No comunicado vinham também anexadas fotografias de um dos animais mortos, Mico, que terá sido esquartejado na box do canil.
A presidente da associação visada, Luísa Barroso, referiu ontem que estes são "anúncios venenosos e vergonhosos", que estão a pôr em causa o trabalho desenvolvido na UZ. "São sócios e voluntários que foram expulsos por mau comportamento e que vão ter que responder por isto, porque estão a prejudicar os animais - 600 cães e 200 gatos", disse, referindo-se a esta época festiva em que a associação recebe muitos donativos.
Luísa Barroso respondia assim, não só às acusações de Fernanda Moleiro, mas também às denúncias feitas dia 27 à agência Lusa, por ex-associados e voluntários. Mas os problemas são anteriores, tendo-se realizado, em Outubro, uma assembleia geral sob a exigência de um grupo de sócios. Nesssa reunião, no Hotel Berna, em Lisboa, as acusações recaíram sobretudo sobre um veterinário da associação.
Segundo um ex-elemento da direcção, citado pelo Jornal de Notícias a 28 de Novembro, este veterinário ter-se-á recusado a atender de imediato um animal atropelado e dado um pontapé na cabeça de um outro cão, numa outra situação. Durante a reunião, Luísa Barroso garantiu que, segundo um inquérito interno, as queixas eram falsas. A 1 de Dezembro, a Lusa noticiou novas acusações contra a direcção da UZ por gestão danosa, peculato e crime fiscal. Os autores da denúncia foram a ex-sócia Carmen Carvalho e Artur Chaves, ex-sócio, antigo presidente da mesa da assembleia geral e membro da comissão administrativa em 1998.
Já esta segunda-feira, em comunicado, Luísa Barroso recusou o teor da notícia, negando que a Associação Zoófila Portuguesa tenha sido criada, em 2001, pela UZ, como uma "entidade paralela" para fugir às dívidas ao Estado e a outros credores.Sobre o pedido de inquérito feito ontem pela ANIMAL, Luísa Barroso disse ao PÚBLICO nada temer. Para Miguel Moutinho, "se as acusações não são verdadeiras, a UZ tem todo o interesse em as ver verificadas. Mas se forem, tem que haver consequências graves". Um problema que se coloca com as eventuais investigações e as consequências que daí poderão advir é o futuro dos 800 animais que a União Zoófila (UZ) abriga no seu canil, em Benfica.A presidente da UZ, Luísa Barroso, avisou ontem que as últimas acusações colocaram a instituição numa posição difícil. "Vivemos de um fundo de maneio e espero que daqui para a frente tenhamos ajudas, porque é disto que precisamos", disse.
A associação ANIMAL, que assume, segundo o seu presidente, Miguel Moutinho, "uma posição imparcial", refere que "a situação dos animais no nosso país é muito má. E corremos o risco de ficarmos pior, porque estamos a entrar num mundo de suspeitas sobre instituições". "Mas não é pelo facto de a UZ ser uma instituição de protecção dos animais que está acima de culpas", concluiu Miguel Moutinho.
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